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A Condenação do Marxismo e Socialismo Pela Igreja

 Desde o ano de 1846, a Igreja Católica tem sido firme ao condenar o marxismo ateu e o socialismo, destacando que essas ideologias são incompatíveis com a fé e os princípios cristãos. Embora, recentemente, algumas vozes tenham sugerido um possível abrandamento na postura da Igreja em relação a essas doutrinas, é fundamental reiterar que o cerne do marxismo e do socialismo ainda é baseado em um materialismo ateísta, o que os torna antagônicos à visão de mundo da Igreja.



Ao longo dos anos, tem havido católicos que tentaram encontrar um ponto de convergência entre o marxismo e o Cristianismo. No entanto, a Igreja tem sido enfática em afirmar que tal conciliação é impossível. Desde meados do século XIX, o Papa Pio IX já denunciava a doutrina comunista emergente no seio do socialismo nascente. Ele advertia sobre os perigos de se aliar a sistemas perversos, como o comunismo e o socialismo.

Em 1891, o Papa Leão XIII publicou a encíclica Rerum Novarum, onde mencionava o socialismo como um conjunto de doutrinas amplamente inspiradas pelo pensamento marxista. Décadas depois, Pio XI, na encíclica Quadragésimo Anno (1931), fez uma distinção clara entre o marxismo e o socialismo, apontando que ambos compartilham uma fonte comum, embora reivindiquem abordagens diferentes.

A revolução comunista na Rússia e a revolução mexicana:

Estes foram marcos importantes nessa evolução política. Pio XI notou que o marxismo e o socialismo partem de uma origem comum, mas também destacou a distinção entre ambos. Enquanto o comunismo reivindicava para si a ortodoxia do marxismo, o Papa afirmava a índole ímpia e injusta do comunismo, declarando que o socialismo religioso ou cristão era uma contradição em termos.

A Guerra Civil Espanhola em 1937 foi um momento crítico que levou Pio XI a escrever a encíclica Divini Redemptoris (19/03/37), onde denunciou o comunismo bolchevique e ateu como uma luta friamente desejada contra tudo o que é divino. Ele alertava para o perigo de se deixar iludir pelo comunismo.

Pio XII, em seu papado, reiterou a condenação ao socialismo e ao marxismo, afirmando que o sincero desejo de estar ao lado dos oprimidos não justifica qualquer compromisso com essas doutrinas, visto que elas são incompatíveis com a civilização cristã. Além disso, Paulo VI e João Paulo II também reforçaram essa posição, ressaltando que os católicos não devem idealizar o socialismo como arauto de justiça, solidariedade e igualdade, pois suas origens estão condicionadas por ideologias ateístas.

Durante o Concílio Vaticano II, João XXIII considerou a possibilidade de encontros práticos entre a Igreja e movimentos sociais e políticos, mesmo que suas origens estejam em falsas filosofias, desde que eles tivessem evoluído para se distanciar do ateísmo militante. No entanto, o marxismo como tal não foi aceito nesses encontros.

João Paulo II se opôs veementemente ao uso do marxismo na Teologia da Libertação na América Latina, e após a queda do comunismo na Europa, ele enfatizou a importância da libertação integral do homem, sem compromisso com ideologias ateístas.

A Igreja Católica condenou tanto o marxismo quanto o liberalismo:

Destacando que o racionalismo das Luzes do século XVIII influenciou diretamente o ateísmo do marxismo. Ela rejeita a visão de um homem autônomo, sem Deus, e busca preservar a verdadeira grandeza do ser humano e sua transcendência em relação ao mundo material.

Em suma, a Igreja Católica tem se posicionado firmemente contra o marxismo e o socialismo ao longo da história, rejeitando qualquer tentativa de conciliação entre essas doutrinas e os princípios cristãos. O cerne do conflito reside no materialismo ateísta que permeia essas ideologias, o que as torna incompatíveis com a visão de mundo da Igreja, baseada na fé e nos valores cristãos.

O compromisso da Igreja é preservar os princípios do direito natural e garantir o florescimento integral da pessoa humana em sua busca por Deus.

Fonte: D. Estêvão Bettencourt

Revista Pergunte e Responderemos. N.555. 2008.